sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Cotidiano #4

Estou escrevendo mais um Cotidiano pra vocês aqui como prova de amor imensurável. Porque hoje foi o dia de entortar as vértebras, acho até que aos trinta anos vou ter que fazer um transplante da cervical e da torácica. LÊ AÍ QUE TEM UMA QUEDA NA HISTÓRIA! UHAUAHUAHAUHAUH


Ontem eu li um tuite da Lisiane Pohlmann que falava sobre uma chuva de meteoros que estaria passando na órbita da terra e dava pra ser observado a olho nu até amanhã (17/12/11). Aqui perto de casa tem o maior centro educacional publico da América Latina e lá tem um modesto observatório astronômico: Observatório Astronômico Genival Leite Lima. Decidi passar lá pra saber se ia ter algum projeto de observação dessas gemínidas (meteoros provenientes da constelação de gêmeos) e, assim, observar melhor do que a olho nu.

Também chamei minha amiga GPS pra ir comigo, ela acabou chamando sua amiga que é muito inteligente devido ao fato de assistir frequentemente a saga Star Wars. hey, dá um pause na leitura e vai olhar essa parada genial!

Fui lá caminhando mesmo, deve dar uns quinze a vinte minutos. Cheguei mais cedo que elas e fui direto ao observatório. Chamei e um menino de uns dez ou onze anos veio abrir o portão, vi um senhor ao fundo com umas jovens de vinte, ‘aproximais ou menos’.

- Oi, disse ele em tom robótico.

- Er, eu vim aqui saber se pode olhar…

- Só sete e meia - cortou minha indagação, o garoto.

- Eu vim saber sobre a chuva… Olha - avistei o senhor vindo ao meu encontro -, vou falar com ele.

O cara só fez inclinar a cabeça pra cima e pôs um olhar sério sobre mim.

- Eu soube da chuva de meteoros e vim saber se estão observando.

- Sim, as gemínidas aparecem nesse período do ano, mas não temos nenhum projeto para observá-las, até porque entre a passagem de um até a do outro demoraria uns tantos minutos.

Não foram exatamente essas as suas palavras, mas a ideia era essa.

- Mas você pode vir após a aula. Ou melhor, sete e meia eu estou aqui de volta. - continuou ele.

- Tudo bem.

Caramba, minha primeira experiencia científica! Eu estava prestes as passar um tempo com um físico com especialização em cosmologia só aprendendo as manhas! Eu tava me sentindo assim:



Agora que a história começa a ficar mais interessante. hahahaha

Depois desse diálogo fiquei uns minutos esperando as meninas, passei toda a situação para elas e ficamos esperando/conversando um pouco mais que uma hora.

Deu a hora, vamos lá? não consigo parar de rir! Eu sou muito apressado, não quis arrodear para ir pela calçada, fui pela grama mesmo. Eis que surge uma selvagem cerca de arame, imperceptível a olhos destreinados, mas pra quem assiste Star Wars isso é moleza. Agilmente, com a habilidade de um sapo, passei num passo hiperbólico a rede, destemido e imponente.
AAAAAAAAAAAAAAIIIII!
Esse grito de dor ecoou pelos quatro cantos do CEPA. GPS is down. Velho, fiquei de boca aberta, que queda feia. Eu ainda consegui ver e lembro dela em slow motion. Ela não merecia, não mesmo; tava desde que chegou com aquele sorrisão lindo no rosto - e o impressionante é que continuou com ele até ir pra casa. Diga aí… Ela insistiu em dizer que estava tudo bem e que o machucado no pé não a incomodava. Eu, como cavalheiro que sou, disse:
Passa água aí.
Ela não demorou a se levantar nem agonizou pelo pé, nada. Foi tranquilo.
Depois de um tempo lá no observatório eu fui levá-la em casa, praticamente em casa, com a amiga dela que tava dando uns pega no ciclista caolho que tava levando cimento nos calçados. Segundo ela, era porque estava frio. Eu pensei em levar um casaco pra ela, visto que eu já sei como ela sente frio e tal, mas meu pai tava de mimimi e não quis me emprestar o carro e eu não queria ficar com um pedaço de pano na mão. Pra justificar ainda mais essa decisão de não levar mais pensei na estação do ano que estamos, verão, pra você que não sabe viver. Já nessa altura do campeonato, perto de casa, depois de aguentar o ardor do machucado da queda aquele tempo todo e em pé, ela ainda soltou outro sorriso. Comé isso?

Você notou que eu dou muito valor a essas coisas bem românticas, né?! Deixo-vos ciente que eu não sou desses seguidores do amor hollywoodiano. Olhem meu post sobre o amor aqui. É bem curto e direto. Apenas achei muito bonito essa bom humor.  Eu fico prestando atenção mesmo em tudo, nos olhos, boca, cabelo, unha, nas pessoas que passam perto, nos átomos de carbono...

Bom, lá no observatório não teve tantas coisas para contar aqui, já que choveu e depois continuou nublado. Ainda deu pra ver Júpiter e algumas constelações. Valeu mesmo a experiencia, fui convidado a receber umas aulas antes mesmo de começar oficialmente. Em fevereiro começam as aulas de iniciação, mas, como eu disse, vou ter umas noções das coisas astronômicas antes.

Aqui uma foto de uma sala de aula do observatório.

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