terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Cotidiano #5


Bom dia/tarde/noite, pessoas e alienígenas, estou aqui mais uma vez com outro cotidiano; eu ia falar sobre outra coisa, mas a Elisa deu a dica e eu resolvi acatar. Vou basicamente resumir meu dia que foi meio bipolar, aliás, foi completamente. Fiquei frustrado ao mesmo tempo que estava contente, levei um fora e 14 segundos depois um abraço entre outras coisas que vou descrever logo abaixo. Ah, também vou ensinar uma receita de miojo que fiz hoje pra Elisa e que os amigos da gente aproveitaram também. E passam bem. Até agora, né...

Passei a manhã inteira no computador e alone em casa. Meu pai saíra para colocar outra eletrificação no acordeon dele, acordeon esse que ele tem o maior orgulho e zelo. Fiquei aqui, zanzando com preguiça de existir, eu pensava e tinha distensão no cérebro, tentava ler e tinha cãibra no olho, essas coisas. Aliás, estou assim agora, só tô adiantando o texto pra agradar você, leitor(a) assídua. Resumindo, tudo tava um saco. Ó, deuses do rock, me perdoem, mas até Ace of Spades eu dispensava.

Enfim, eu tomei coragem e fui colocar o almoço do Jingo e fazer o meu, cujo cardápio foi:
  1. Lentilha
  2. Macarrão (com muito molho de tomate)
  3. Frango ao molho barbecue
  4. Farofa de soja (daquelas prontas)
  5. Batata frita
  6. Legumes (alface, tomate, batata, cenoura, chuchu...), uns cozidos outros crus.
Pô, eu nem sei que não é o cardápio mais saudável que tem, mas eu tô nem aí. Vish, bateu uma fome agora, e já são onze e quarenta. Vai pensando que eu vou me levantar pra pegar comida com a preguiça que eu tô. Acho que vocês precisam saber que eu sempre começo a escrever os textos e no outro dia acabo e depois volto para revisar e só após essas etapas eu publico. Ainda assim eu aposto que vocês encontram erros de pontuação e acentuação por aí, quiçá de escrita.

Foi nessa hora que eu tava fazendo o macarrão que a Elisa liga pra perguntar se eu vou realmente ao observatório que estava programado para hoje (20/12/2011). Essa pergunta veio porque estava chovendo e não dá pra ver o céu quando está chovendo ou nublado. Por fim, a gente combinou de monitorar o clima como dois estudantes de meteorologia cobiçando a última bolsa de iniciação científica.

Quando foi lá para umas três horas ou quinze horas para os mais chatos, eu resolvi passear com o Jingo. Foi tudo calmo até voltarmos. Dez minutos depois de chegarmos em casa, meu pai chega e pediu ajuda para avaliar a situação da sanfona (é acordeon, mas é mais comum chamar de sanfona por estas bandas, compadre). Eu liguei a caixa amplificada prontamente e pluguei o instrumento de aproximadamente vinte e cinco quilos. O som tava muito bom, embora eu ainda ache que havia poucas frequências médias. Agora meu pai usa dois sistemas, a eletrificação profissional e a bobina.

No meio disso tudo, eu escuto o caminhar do cachorro, parecia alvoroçado além do normal. Chamei-o. Ele veio a mim e começou a esfregar o focinho em mim, no chão, sofá. Uma inquietação só. Fiquei nervoso e comecei a observar o agitado rosto do animal. Acabei me deparando com inchaços no que eu acho que são gânglios, dava pra ver a pele avermelhada, parecia sintomas de alergia. Eu tentei acalma-lo, porém foi em vão. Corri para pegar um anti-tóxico e duas bolachas - para fazer com que ele engula o remédio líquido, basta pingar a quantidade certa num alimento -, também foi em vão e ele parecia agonizar, parecia uma coceira. Ainda não tiro a ideia de que tenha sido uma reação alérgica.
Dar-te-ei um banho em ti.
Pensei, mas não tão poético assim.

Coloquei ele debaixo do chuveirão do quintal e mais rápido que imediatamente peguei o shampoo dele. Comecei logo pela cabeça que estava começando a inchar ao redor dos olhos. Cara, foi um momento de tensão desgraçado. Tentei ser o mais suave possível. Pareceu que estava funcionando, mas eu vi que as patas dele também estavam com um volume maior e apresentavam a vermelhidão característica. Terminei o banho e ele começou a vomitar, vomitou o almoço inteiro, tudo, tudinho mesmo. Vomitou em quatro parcelas, uma grande e três menores, de forma decrescente.

Também não consegui enxugá-lo cem por cento, ele correu para um canto do banheiro do quintal e ficou lá deitado, eu arrumei a cama dele e mandei ele ir pra lá e ele correu cobiçoso. Fiquei lá olhando pra ele, fazendo hipérbole da situação, querendo logo ir no veterinário. Aliás, eu vou.

Pelo menos essa situação foi fugaz e em poucos minutos ele já estava tão vívido quanto há poucas horas. Só aí pude relax... PERA AÍ, Ó PÁ HORA, MENINO!

Corri pra tomar um banho e trocar de roupa, me senti como um aspirante a cabo no grupamento B do exército quando o comandante/líder (sei lá qual a patente) fala após você ter passado o dia inteiro nadando, fazendo flexões e subindo serra com uma bolsa de trinta quilos nas costas:
Cinco minutos para jantar, tomar banho, escovar os dentes e estar em forma.
Minha sorte foi que meu pai se prontificou a dar-me uma carona até um local próximo da casa da Lisa que é o point. Mesmo o termo sendo brega é lá que a galera se encontra.

Toquei a campainha e instantaneamente a filha da dona da casa abre a porta e vai acordar o irmão que estava a dormir na sala e que só acordou quando a mesma colocou uma música do restart. fast foward até a parte da receita.

Eu prometi pra Elisa que levaria miojo sabor bacon pra ela porque ela ama bacon e nunca tinha comido câncer, ops, macarrão instantâneo com esse sabor, nunca tinha nem visto, aliás.

Então, vamos lá. É bem simples, você vai precisar de:
  1. Meia cebola picada
  2. Um quarto de pimentão verde picado grande
  3. Azeite de oliva extra virgem para refogar a cebola
  4. Uma colher de sopa e meia de de margarina
  5. Um macarrão instantâneo
  6. Salsa a gosto
Doure a cebola no azeite enquanto ferve a água junto com o macarrão.
Depois adicione a margarina até derreter. É importante que o macarrão já tenha fervido nessa hora.
Escorra a água do macarrão e misture com a cebola e a margarina já derretida junto com o tempero.
Misture tudo com o pimentão e a salsa.
Coma.

Após esperarmos outros dois amigos por algumas horas, comemos e fomos ao observatório com a pança mais que cheia. No caminho a Elisa falou pra mim:
Já pensou se a gente chegar lá e não tiver nada? Estiver tudo fechado?
Eu acho que não preciso dizer quem foi a boca de praga da história, certo? Mas por sorte não foi ela. Tá, talvez não tenha sido sorte, ela (não) é boca de praga.  O que aconteceu foi que o professor Adriano demorou um pouco mais para chegar, cerca de 45 minutos, mas estávamos atrasados meia hora mesmo, então só conta quinze minutos de espera.

Dessa vez fizemos poucas observações e ficamos mais conversando e perguntando sobre um monte de coisas que o professor prontamente respondeu. O cara é gênio. E depois de um tempo conosco ele ficou lá no escritório dele que é embaixo do observatório, no solo. Eu e a Ingrid Ficamos conversando com um aluno mais experiente que nós, cujo nome eu esqueci e isso me fez ter uma breve filosofia quando estava a caminho de casa. Acho que vocês vão gostar, sacaê: "Eu presto atenção no que as pessoas são e não em quem elas são". Se é que isso faz sentido.

As outras pessoas ficaram fazendo da 'aula de campo' uma danceteria ou um bar, sinceramente, eu fiquei com vergonha e bastante frustrado. Não só quando o colega de nome esquecido tava passando com alegria seus conhecimentos para a Ingrid e eu mas em alguns momentos que o professor Adriano também estava a descrever o céu. Acho que eu fiquei sentido porque eu imagino sempre o que as pessoas estão sentindo com relação a mim e ao ambiente, eu gosto de ter uma análise do momento e isso me distrai várias vezes. Se eu tivesse no coro do rapaz que vocês não vão saber o nome nesse texto eu ficaria puto pra caralho, tipo assim:


Ele disse que tava tranquilo, que não me preocupasse com isso e que o professor também não ligava. Mesmo assim, vei, nego diz que quer ir lá e fica conversando!? Não entra na minha goela.

~ Ah, Jeo, vc tá muito tiozão! Vê se para com essas birra de menino amarelo. Oush.


Não é querendo passar essa impressão, tá ligado? É só que eu acho que tudo tem sua hora e local apropriado. Só. Mesmo assim foi bom por demais passar o final da tarde e a noite com aquela galera.


Não deu pra ver o tão cobiçado planeta Marte que a Nathália tanto queria ver, só queria ver ele, aliás. Engraçado foi quando a gente foi se despedir e a Elisa disse que não iria me abraçar porque é muito estranho e depois veio me abraçar.Cara, eu juro que fiquei sem ação quando ela falou aquilo e logo em seguida me abraça. Merece outro desse:



Foi essa a minha reação. Aí  depois eu voltei a consciência e não sei o porquê achei que deveria abraçá-la com mais convicção, se é que isso faz sentido novamente. Então eu pedi. Enfim, achei tão bonitinho quando ela ficou na ponta dos pés pra me abraçar. Eu sei que vocês estão fazendo um oun agora. Tudo bem. Eu ainda pensei em escrever alguns outros adjetivos e complementos nominais pra enaltecer esse momento que marcou a vida desse simplório blogger, mas fica pra próxima. Abraço pra todos vocês, farewell.


Ah, e vocês notaram que o número exagerado de mas no texto é que justifica a bipolaridade do dia?

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