domingo, 8 de janeiro de 2012

Cotidiano #7

Lembra que antigamente você ficava gritando na rua com seus amigos igual um saguim quando um poste qualquer explodia ou um fio caia e seus pais não conseguiam assistir o Jornal Nacional porque estava faltando energia/luz/eletricidade? Agora você não acha mais tão divertido ficar à luz de velas, certo? Foi  assim que começou um dia muito curtição, começou sem eletricidade e sem eletricidade quer dizer sem internet, ou seja, muitos pensamentos suicidas em mente.

Tirei a manhã pra dropar a afinação da minha guitarra e relembrar os tempos que eu era viciado em System of a Down e em homenagem a eles vou temperar este documento com umas partes legais das músicas da própria banda. Lógico que eu não pude ligar meu amplificador nem minha pedaleira, só fiquei na guitarra porque a mizona, sexta corda, do meu violão pocou. Não sei como foi isso, eu nunca poquei uma corda na vida, apenas tirei o violão da capa (não tenho case porque sou pobre) e vi aquela coisa, aquela coisa que torna qualquer um um maníaco em série. Velho, você que não é músico não sabe o saco que é trocar as cordas do seu instrumento.
Attack all the homes and villages
Attack all the schools and hospitals
You attack all the rapes and pillages
We shall attack
. System of a Down - Attack 
Passado esse tempo, eu tive um apagão na memória agora, mas se não me engano, fui assistir uns dois episódios da melhor série do mundo, Dr. House, com meu primo que tá passando uns dias aqui em house. ~ Ê, Jeo, mais uma piada feia pra coleção. Não enche. ~ Feito isso eu fui dar um mata pulga no meu cachorro, Jingo. Um banho dos bons mesmo, ele ficou cheirosão e brilhando mais que a prataria da Casa Branca.
I'm, but al little bit, bit, bit show
I'm, but al little bit, bit, bit shame
I'm, but al little bit, bit, bit
Bit, bit, bit.
System of a Down - Fuck the System
Um parênteses aqui, esses bits aí são referentes a robotização das pessoas nas indústrias, empresas, escritórios, essa corrida capitalista que começou com o fim do sistema feudal e o início da revolução industrial. Sendo redundante, eu pessoalmente não acredito bem que tenha sido com a revolução industrial que o capitalismo teve início, tanto que a igreja católica já acumulava capital desde a primeira cruzada e usavam como desculpa o objetivo de resgatar a Terra Santa que estava em domínio dos muçulmanos. Pff. Papo furado. A desculpa de migrar até a Terra Santa, Jerusalém, era só pra passar pelos feudos sem pagar impostos e chegar a Constantinopla para vender as muambas lá, fazer com que diminuísse o controle alheio do comércio da região do Mediterrâneo, o Mar Vermelho, por ali. Eu não vou nem falar a minha opinião sobre os objetivos das outras cruzadas, como a Cruzada das Crianças ou a dos Camponeses. Mermão, pra cima de muá? (Leia esta última frase com um tom de soberba.) Fechemos o parênteses.

No final da tarde pensei em ir dar uns pinotes de skate com mano Igor Rodrigues que tá fazendo o roteiro do filme que vai me estrelar: "Jeová y los hamônicos de Cristo contra El solista del Capeta". Irado, né não? Eu e o Igor sempre andamos de skate por aí, levamos baculejo da polícia, corremos dos tios brabos que não gostam que andem na porta deles, descemos ladeiras, tudo que dois jovens com alto potencial para homicidas fariam.
What have we said
Wasn't it their bed
What of our presence
Haven't we payed penance
To the new guns, to the new guns.
System of a Down - Nüguns
Meu primo decidiu ficar em casa jogando DDTank e não quis ir nem andar de skate nem de patins. Fui à casa do Igor com minha tradicional garrafa d'água ansioso para andar de skate já que eu estava há tanto tempo sem andar, quase um ano. Eu tava querendo muito sentir aquela sensação de que se eu escorregar lá se vão duas costelas. Ah, que sensação bonita. É muito bom aquele vento na cara, a prancha no seus pés deslisando rápido e as pedras travando as rodas, os buracos no chão... Ah, eu amo andar de skate, só não amo as pistas daqui.

Rolê simples só pra esticar as canelas, dessa vez não lanchamos nada. Normalmente a gente vai andar num estacionamento de um ex-galpão, agora eu não sei o que diabos é aquilo, esse sítio fica perto da casa onde se reúne a banda Internautas do Forró. Vai, não vai, sempre acabamos nos deparando com eles na padaria que fica perto e ficamos olhando pro vocalista mermo assim:


Nós sabemos que ele na verdade é um clone bombado do Edu Falaschi, vocalista do Angra e do Almah. Não acredita? Veja abaixo.


Como eu faço para saber quem é quem aí? IMPOSSÍVEL!

Continuando, quando estávamos voltando para casa pensando se compraríamos um Monster ou não, fomos interrompidos por um motorista de ônibus, o motorista de ônibus da Internautas do Forró.
Vocês conseguem entrar aqui?
Ele perguntou se nós conseguiríamos entrar no ônibus. O camarada estacionou perto demais da calçada e como o ônibus tem suspensão a ar, o compartimento de ar seca toda vez que o ônibus está inativo, sendo assim, a porta ficou demasiada baixa não dando espaço para abri-la sem que esta topasse na calçada. O Igor deu uma tentada rápida, porém não conseguiu. Então lá vou eu todo altruísta, ajudando o motorista a erguer a porta um pouco na esperança que o angulo de abertura fosse ligeiramente maior e assim alguém conseguisse entrar. Depois de um esforço desgraçado, que tá causando umas dores na minha cervical até agora, eu me espremi tanto ao ponto de me sentir um limão no processo de limonada. Tá aí um problema em ter a bunda e o pinto grande. ~ PUTA QUE PARIU, JEO, TU NÃO VAI DEIXAR ESTA PIADA FEIA AÍ NÃO, NÉ? NÉ?! Claro que não, calma. Vou tirar na quando for corrigir o texto. ~

Consegui entrar com muito esforço. Lá dentro ainda tive que me contorcer mais porque havia duas barras, que provavelmente seriam os pistons que abrem a porta, impedindo-me de andar. Desloquei a patela e fui até a cadeira do motorista, pedi a chave e liguei. Não consegui ligar de primeira, havia todo um ritual preparatório para aquela máquina funcionar. No final deu tudo certo. Oh, wait! Esqueci de dizer que esperei uns quinze ou vinte minutos para a porra do amortecedor encher e eu poder sair.
- Brigado aí.
- Por nada, só não esquece de chegar pro vocalista da banda e chamar ele de Edu Falaschi.
Os caras, agora estavam em dois, concordaram em fazer essa brincadeira ilógica, prometeram. Fomos andando e de repente as luzes se apagam, na hora eu lembrei que seria ótimo observar o céu sem as luzes da cidade, pelo menos do bairro. Chamei o Igor pra ir olhar a lua que estava próxima de entrar na fase de Lua Cheia. Ele disse que ia e topou chegar aqui em casa no horário combinado. ~ Dá um Fast Forward agora. Merece mesmo. ~
The piercing radiant moon,
The storming of poor June,
All the life running through her hair
. System of a Down - Spiders 
Lá descobrimos que seria feito uma apresentação da jovem Kizzy sobre um encontro de astronomia, o 14º ENAST. Antes disso ficamos em cima com o Cadilac e o Chocolate, dois telescópios newtonianos e uma ocular de 80x, eu acho. Boa pra ver a Lua. Após olharmos aquele branco encantador das pernas daquela menina lá em baixo que não deu tempo de ir falar, fomos ver a lua, eu, Igor e meu primo Ruan. Mostrei Júpiter, a Nebulosa do Orion, algumas constelações; não era um bom dia pra se observar por causa da poluição luminosa da Lua, como se já não bastasse aqueles seis refletores de três lâmpadas cada bem na frente do observatório. Pff.

Carla, aquela morena bem viajona que ficou conversando até a hora da apresentação comigo, foi uma das novidades lá. Não vou contar a conversa porque foi, digamos, particular. Não viaje você também. Ficamos pouco tempo na palestra da Kizzy e fomos - Kizzy, me perdoe se acaso eu escrevi teu nome errado - lanchar. Tinha um nome simples a lanchonete que fomos, só que eu não lembro, ela fica assim que se contorna o CEPA, no primeiro cruzamento. Lá tem um passaporte criminoso, você come um e tem uma artéria entupida instantaneamente. QUE BICHO GRANDE DO INFERNO! deve ter uns quarenta ou quarenta e cinco centímetros de puro recheio e pão; fora a maionese de cenoura pra ajudar a não se entalar.

O mais engraçado foi quando eu dei minha terceira mordida naquele dinossauro em forma de sanduíche e sujei o canto da boca, fui limpar e por acaso olhei pro Igor.
Igor, teu passaporte caiu.
Avisei-o com toda preocupação e amizade possível que o passaporte dele não estava mais na mesa. Ele olhando pra mim calmo e com uma seriedade incorruptível disse:
Caiu não, eu já comi.
Então, eu jurei naquele momento que não duvidaria mais de alienígenas.

Bom, o dia foi esse, rimos um bocado, falamos sobre a sociedade e suas mitologias alienadoras, formadoras de zumbis um bocado, sobre o Bátima, claro, sobre os efeitos da cocaína nas dietas de emagrecimento e tantas outras coisas legais. It's over. Abraço pra você que tá indo comentar alguma coisa NO BLOG!

Nenhum comentário:

Postar um comentário